Francesas de nascimento, elas ocupam vinhedos de todo o mundo-tanto o velho quanto o novo.
CABERNET SAUVIGNON: É a uva tinta que melhor se adaptou a vinhedos do mundo inteiro - e que tem a capacidade de produzir vinhos fantásticos em vários paises. São vinhos potentes e com bom potencial de amadurecimento.
Quando jovens, apresentam aromas de menta e pimentão; envelhecidos em barril, têm notas de baunilha e de madeira.
A região de Bordeaux é o berço da cabernet sauvignon -e até hoje ela reina nos vinhos produzidos na margem esquerda do Rio Gironde, onde é a uva majoritária de cortes que também levam merlot e cabernet franc. Algumas das denominações desses vinhos: Médoc ,Haut-Médoc ,Graves ,Pauillac ,Margaux ,Pessac-Léognan.
Depois da França, os melhores cabernets do mundo são os dos EUA - mas esses chegam muito pouco por aqui.
Então fiquemos com os chilenos, que não devem muito aos californianos. O chile produz desde ótimos cabernets jovens e baratos até vinhos excepcionais, de várias centenas de reais e que podem passar anos na adega.
MERLOT: A outra grande uva de Bordeaux é um pouco mais pálida e menos encorpada que a cabernet sauvignon, com sabor arredondado e aromas de frutas pretas (ameixas,amoras) maduras.
O caráter do vinho muda radicalmente dependendo da região.
Merlot é a uva mais plantada em Bourdeaux, mas é nas áreas à direita do Rio Gironde que ela entra em maior proporção nos cortes. O Pomerol e St-Emilion são consideradas as melhores zonas para este tipo de uva. mas você pode ficar atento a vinhos dos chamados satélites de St- Emilion, que podem agregar o nome do vizinho famoso a vinhos mais rústicos e baratos.
Os merlots chilenos apresentam a melhor relação custo-benefício do mercado brasileiro. Podem ser tanto vinhos leves e frutados quanto vinhos um pouco mais complexos e densos.
Se há alguma uva que se adaptou bem ao terroir do Rio Grande do Sul, ela é a merlot. Trata-se da grande aposta para os vinhos brasileiros, mas ainda é uma aposta. Os preços dos melhores rótulos assustam um pouco.
SYRAH: Uva negra do sul da França, produz alguns dos vinhos mais encorpados e saborosos do mundo. A syrah pode lembrar chocolate, pimenta-do-reino e outras especiarias. Na Austrália recebe o nome de shiraz.
Seu território é o norte do vale do Rio Rhône, onde pode ser misturada a pequenas proporções de outras variedades. Os vinhos de denominação Hermitage (ou Ermitage) são os mais valorizados, mas uma segunda linha chamada Crozes-Hermitage tem ótimos vinhos a preços melhores.
Esta uva se adaptou tão bem à Austrália que se tornou um símbolo da nação. Como as áreas de cultivo são mais quentes que as da França, os vinhos resultantes são ainda mais concentrados e alcoólicos.
PINOT NOIR: É a uva mais temperamental -difícil de cultivar e de vinificar- do mundo e, talvez por isso também, a mais amada pelos enófilos. Ela só cresce bem em lugares de clima frio.
Sua cor, em geral pálida, pode esconder vinhos complexos, que evoluem com a idade.
A pinot noir é a uva da Borgonha - embora poucos estampem isso no rótulo, todos os grandes vinhos da região são 100% pinot.
E põe grande vinho nisso: os rótulos mais apreciados do mundo vêm de lá. Para azar da humanidade, os vinhos quase baratos costumam ser uma decepção. Esqueça a denominação genérica Bourgogne e invista em garrafas que tenham no rótulo nomes de um dos vilarejos.
MALBEC: Sempre foi uma uva de segunda linha na França, seus pais de origem era usada em vinhos menores da região de Cahors e entrava, em pequenas quantidades, em alguns Bourdeaux. Na argentina, revelou seu potencial para vinhos concentrados e alcoólicos, com aromas flutados e de especiarias.
O sucesso argentino fez a malbec renascer na França.
Onde é melhor: dentro da Argentina, nas sub-regiões de Mendonza como luján de Cuyo, La Consulta e Valle de Uco.
Também é bom: em outras províncias argentinas como Salta.
CARMENÉRE: Mais uma francesa que se deu melhor fora de casa, a carmenére praticamente só existe no Chile: a praga de filoxera destruiu os vinhedos europeus no século 19.
Em terras chilenas, sobreviveu misturada à merlot até que, em 1996, foi reconhecida como uma variedade à parte. Seus vinhos são conhecidos pelo caráter "verde" de ervas, pimentão e outros vegetais.
GRENACHE/GARNACHA: Domina as regiões mediterrâneas da França e da Espanha. A maior parte da produção entra em blends de preço baixo-os rótulos com denominação Côtes du Rhône são um exemplo famoso.
Os vinhos produzidos com a grenache são alcoólicos, mais leves.
Onde é melhor: no sul do vale do Rhône , na França, onde entra na composição do famoso vinho Châteauneuf-du-Pape, e na zona de Campo de Borja, Espanha.
NEBBIOLO: A nebbiolo está para o Piomonte (Itália) como a pinot noir está para a Borgonha:
é difícil de cultivar e não se adapta fora da sua zona de origem. Produz vinhos não muito escuro, porém de boa acidez e tânicos, que melhoram com o amadurecimento em barril e garrafa. Evite garrafas muito novas (e também as muitos baratas).
Onde é melhor: na província de Cuneo, Piemonte, que detém as denominações Barolo e Barbaresco, que estão entre os melhores vinhos do mundo. A denominação Nebbiolo d´Alba tem vinhos mais e conta.
TANNAT: Outra uva da França que se naturalizou sul-americana, a tannat encontrou as condições ideais no Uruguai. Como o nome já diz, é uma variedade com muitos taninos o produtor prescisa de habilidade extra para que seu vinho desça agradavelmente(o que nem acontece).
Onde é melhor: nas regiões de Canelones e Rivera.
PRIMITIVO/ZINFANDEL: Esta uva tem dois nomes diferentes porque seu cultivo foi desenvolvido independentemente na Itália e nos EUA. Como as bagas retêm muito açúcar, os vinhos de primitivo podem ter até 17% de álcool, mas as técnicas dos produtores fazem bebidas de vários estilos - desde brancos (o sumo é separado da casca) até tintos quase negros.
Onde é mehlor: Apúlia, Itália e Califórnia, EUA.
NERO D´AVOLA: A uva típica da Sicília (Itália) é matéria-prima de vinhos com gosto de fruta madura, alcoólicos, despretenciosos e não muito caros.
Também aparece em blends com outras uvas nativas sicílianas.
Onde é melhor: Sicília.
TEMPRANILLO: Os melhores tintos espanhóis levam uma boa quantidade de tempranillo (quando não são feitos só com ela): os mais acessíveis, também . Recebe vários outros nomes: tinta del país, tinta de toro, tinto fino e, em Portugal, tinta roriz e aragonês.
Onde é melhor: nasregiões espanholas, como Castilla y León e Toro, é mais fácil encontrar barganhas.
TOURIGA NACIONAL: No meio da bagunça das castas portuguesas (são cerca de 300 variedades), a touriga nacional se destaca.
Geralmente, ela entra em cortes com outras uvas nativas, como a touriga franca e a tinta roriz. O país começou recentemente a investir nesses vinhos monovarietais, que apresentam uma boa concentração de taninos e álcool.
Onde é melhor: nas regiões portuguesas do Douro, Dão e Alentejo.
CHARDONNAY: É a uva branca mais popular do mundo. E também a mais versátil.
Quando não passa por madeira, pode ser fresca e mineral. Se fermentada em barrica, gera vinhos amanteigados e encorpados.
Onde é melhor: na Borgonha, França - todos os brancos de lá são 100% chardonnay. Os vinhos com denominação Chablis, sem passagem por barrica, tem acidez marcante; no outros cantos da região, como Montrachet ou Meursault, são amaciados pela madeira, mais ainda leves e elegantes. O maior problema desses vinhos é o preço.
Também é bom: Na Austrália, no chile e em outro países do Novo Mundo onde o clima é quente e a chardonnay se transforma em vinhos mais densos e perfumados. Com aromas de frutas tropicais e, quando maturados em carvalho,baunilha.
SAUVIGNON BLANC: Seca, ácida na medida e aromática, a sauvignon blanc é uma uva que só dá bons resultados em regiões de clima frio. Os vinhos não passam por barril e em geral são melhores quando consumidos jovens.
Onde é melhor: os vinhedos do vale do Loire, na porção centro-norte da França, são referência em sauvignon blanc.
Procure por rótulos com as denominações de origem Sancerre e Pouilly-Fumé. Fora da França, a Nova Zêlandia se destaca por produzir vinhos excepcionais, principalmente na zona de Marlborough.
Também é bom: nas regiões frias do Chile e da África do Sul.
RIESLING: Assume diferentes personalidades dependendo da região e do produtor: o vinho pode ser seco, semiseco, doce (lieblich), mineral, perfumado, jovem ou envelhecido.
Só uma coisa é sempre igual: riesling raramente passa por barril.
Onde é melhor: na Alemanha, maior produtora mundial dessa uva, vinificada em vários estilos (se você quer um vinho seco, procure a palavra "trocken" no rótulo - de outra forma, a bebida será adocicada), e na região francesa da Alsácia, onde o vinho de riesling tende a ser mais alcoólico que o alemão.
Também é bom: na Áustria e na Nova Zelândia.
GEWÜRZTRAMINER: Quando você conseguir pronunciar o nome desta uva (gue-vurtz-trâminer), é a hora de se acostumar à intensidade dos aromas de seus vinhos. Eles são os mais perfumados dentre todos os brancos, com cheiros que lembram flores e frutas como a lichia.
Onde é melhor: na Alsácia, França, onde é vinificada sozinha ou em blends com outras uvas da região, como a riesling, a pinot gris e a sylvaner.
Também é bom na Alemanha e na Nova Zelândia.
ALBARIÑO/ALVARINHO: Variedade típica da Galícia, no noroeste da Espanha, e do Minho, região portuguesa que faz fronteira com ela. Os vinhos são frescos, secos e às vezes muito aromáticos.
Não envelhecem bem, portanto compre de uma safra recente.
Onde é melhor: dentre os vinhos espanhóis, os mais conceituados são os que levam a denominação de origem Rias Baixas; os portugueses têm a denominação Vinho Verde, mas compre somente os rótulos que levem o nome de uva estampado.
VERDEJO: É a uva espanhola que vem despontando como uma das novas tendências do vinho. A verdejo tem aroma, corpo e um sabor ligeiramente amargo, além de um preço geralmente camarada.
Onde é melhor: na região de Rueda, Espanha.
Veja também no nosso Cursinho o segredo dos vinhos.:
Estilos de vinho
Falando Vinhês
Saca - Dúvidas
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